Luteranos Santos - Boletim Semanal Nº 164 - 171020 - Mateus 22,15-22

Segundo o seu querer, Deus nos gerou pela palavra da verdade, para que fossemos como que primicias das suas criaturas. Tiago 1,18

20/10/2017

 

Caros Membros e Amigos da Paróquia de Santos!

Você sabe daonde vem a espressão quinto dos infernos? Na época do Brasil colônia o Portugal cobrava 20%, quer dizer o quinto, de imposto sobre tudo. Era o que as pessoas contrariadas chamavam de Quinto dos infernos.

Neste domingo vamos nos debruçar sobre Mateus 22,15-22 onde os fariseus interrogam Jesus sobre a sua opinião em pagar impostos ao poder colonial dos Romanos. Qualquer resposta poderia ser perigosa: Se ele se posiciona a a favor, poderia perder a interlocução junto ao povo simples. Se ele se manifestar contra seria perseguido pelos romanos.

Jesus, como sempre, evita os becos sem saída e não vem com falsas alternativas. A resposta dele faria história: Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus. (v.21) É importante saber que no entendimento de Jesus até César é sujeito a Deus.

Nasce aí a concepção luterana de aceitar a necessidade de algum tipo de governo e estado no mundo ao qual devemos ser leais cidadãos, sem ao mesmo tempo deixar de sermos atentos e críticos a partir dos critérios bíblicos sobre a convivência humana.

Um dos documentos confessionais mais importantes da Igreja Luterana é a Confissão de Augsburgo de 25 de junho de 1530. No Artigo 16 lemos que “toda autoridade, os governos e as leis são instituídos por Deus e que e que toda pessoa cristã tem o dever de estar sujeito à autoridade e de obedecer-lhe os mandamentos e as leis em tudo que não envolva pecado. Mas se não é possível obedecer à ordem da autoridade sem pecar, mais importa então obedecer a Deus que aos homens (Atos 5)”.

Orientação valiosa para todos os tempos! Sobretudo nos tempos atuais.

Saudações até domingo!

P. Guilherme Nordmann


Agenda de Cultos e Atividades:
 
Plantões na Igreja todas as Terças, Quartas e Quintas-Feiras das 9:00 às 13:00 h
Domingo
22/10/2017
20º Domingo
após
Pentecostes

10:00 hs: Culto com Santa Ceia (P. Guilherme)
Mateus 22,15-22

10:00 hs: Culto das Crianças

Segunda
23/10/2017
19:30 hs: 5° Encontro Curso de Fé TRILHA8:
 Jesus - onde céu e terra se encontram!
Terça
24/10/2017
19:30 hs: Reunião do Presbitério
Domingo
29/10/2017
  Memória
500 Anos
da Reforma
Não haverá Culto em Santos!

Dia da Igreja na Igreja da Paz em St. Amaro
Rua Verbo Divino,392, São Paulo/SP
Haverá uma Van saindo de Santos!
Segunda
30/10/2017
19:30 hs: 6° Encontro Curso de Fé TRILHA8:
Tornar-se cristão - como começa a história de Deus comigo?

 

Palavra da Semana - Para nossa reflexão

 
Estações do Jubileu - Cuidado com a Criação

Dando seguimento ao projeto das Estações do Jubileu da Reforma, convidamos para, neste mês de setembro, aprofundarmos a reflexão sobre o tema Cuidado com a Criação, uma das dimensões da Missão dentro do eixo Sustentabilidade, conforme o Plano de Ação Missionária da IECLB (PAMI).

Toda Criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora, conforme Romanos 8.23. As palavras de Paulo são de uma atualidade impressionante. Experimentamos no nosso cotidiano a degradação da natureza. O noticiário nos confronta com a má gestão dos recursos pelas estruturas de mercado e de governo, agravados pela impunidade que grassa o nosso país. Percebemos, inclusive, o descaso com questões básicas, como o desperdício e a reciclagem do excesso em nossas moradias e eventos comunitários, acobertado pela justificativa da falta de tempo e pela equivocada ideia de que os recursos são ilimitados. Em parte, permanecemos inertes, desesperançados e desesperançadas, como se, mesmo que agíssemos, nada fosse suficiente para transformar a situação.

Como pessoas cristãs, sabemos que Deus, o Criador de tudo, nos fez gestores e gestoras da sua obra. Esta gestão é preponderantemente de cuidado, por isso não permite a exploração, a exclusão ou o abuso. Não se trata de administrar uma propriedade privada, mas, sim, a propriedade que continua de Deus. A gestão a nós confiada reforça os elos que nos unem, como seres humanos, aos demais elementos da Criação. Isso nos lembra de que não somos superiores, mas, sim, mais responsáveis. Esta responsabilidade inclui a defesa da paz e da justiça para garantir a preservação da vida hoje e no futuro.

Na explicação do Credo Apostólico, Lutero menciona como Criação de Deus cada um, cada uma de nós e todas as criaturas. Ele inclui todas as demandas necessárias para o corpo e a vida. Tudo isso Deus faz por sua bondade e misericórdia, ou seja, a natureza e tudo o que nos cerca é expressão da gratuidade de Deus e nós, seres humanos, somos parte de um conjunto maior de criaturas colocadas sob a graça de Deus. Neste sentido, cabe-nos uma atitude de humildade, de gratidão, de louvor e de liberdade responsável: como pessoas agraciadas, podemos romper o círculo vicioso da destruição e da morte e ingressar na espiral virtuosa da graça, assumindo o nosso papel de pessoas cuidadoras da Criação.

Em âmbito internacional, a XII Assembleia da Federação Luterana Mundial (FLM), realizada entre 10 e 16 maio deste ano, em Windhoek, capital da Namíbia, na África, sob o tema Libertos [e libertas] pela graça de Deus, teve como um dos seus enfoques A Criação não está à venda. No contexto da IECLB, mais uma vez, fomos lembrados e lembradas que A natureza não está à venda. Não é segredo que a continuidade da raça humana está vinculada ao futuro da natureza, por isso a natureza precisa ser respeitada em seu todo e protegida como Boa Criação de Deus, colocada ao nosso cuidado. Não pode ser que recursos essenciais, como água, ar, sementes originárias, espécies animais e vegetais diversos, por exemplo, deixem de ser um bem comum, público, para serem exclusivamente fonte de recursos para exploração e lucro privados. É necessário discernir o bem do mal nas leis e ações que permitem e possibilitam intervenções predatórias nos recursos naturais. Precisamos e podemos evoluir e desenvolver novos tipos de relacionamento com as outras formas de vida, que incluem respeito, dignidade e utilização sábia e sustentável de recursos. Precisamos muito mais da natureza do que a natureza de nós!

A Presidência da IECLB conclama as Comunidades, os Ministros, as Ministras e as lideranças a ficarem atentas para as Estações do Jubileu, que ocorrerão até o final deste ano. A sétima Estação, neste mês de setembro, traz eventos importantes na sua agenda, que podem ser conferidos na página do Jubileu . No dia 21, o convite é para celebrar com a sociedade em geral o Dia da Árvore. A propósito, atribui-se a Lutero a afirmação Se soubesse que amanhã terminaria o mundo, ainda hoje plantaria uma macieira. Para Lutero, Deus é o Criador e nós, seus filhos e suas filhas, podemos protagonizar ações promotoras de esperança para o mundo e as suas criaturas a partir do nosso envolvimento efetivo na realidade.

É por isso que dedicamos a Estação de Setembro ao tema “Cuidado com a Criação”. Subsídios para abordar a temática estão disponíveis no Portal Luteranos, em especial na Editoria “Cuidado com a Criação” e nas páginas do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA), Terra e Agricultura e Saúde e Alimentação. Na página oficial da IECLB no Facebook , são postados e-cards (cartões eletrônicos) e conteúdos diversos que podem ser compartilhados. No Jorev Luterano , desde 2012, as páginas centrais contém uma série de reflexões em torno de Lutero e da Reforma. Chamamos especial atenção para as páginas centrais de 2012, dedicadas ao Cuidado com a Criação.

Que nesta fase de celebrações do Jubileu da Reforma, possamos reconhecer perante Deus as nossas falhas no cuidado de toda a Criação e acreditar que, a partir da graça imerecida da qual somos beneficiários e beneficiárias, podemos assumir novas atitudes e posturas.

Fraternalmente,
Nestor Paulo Friedrich - Pastor Presidente


Autor(a): P. Guilherme Nordmann
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Santos (SP)
Testamento: Novo / Livro: Mateus / Capitulo: 22 / Versículo Inicial: 15 / Versículo Final: 22
ID: 44385
COMUNICAÇÃO
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Mal tenho começado a crer. Em coisas de fé, vou ter que ser aprendiz até morrer.
Martim Lutero
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