Luteranos Santos - Boletim Semanal Nº 150 - 170616 - Romanos 5,1-8

Caros Membros e Amigos da Paróquia de Santos!

Quando era estudante de teologia colaborei durante algum tempo na Pastoral Carcerária. Realizávamos semanalmente um grupo de estudo com detentos de uma prisão próxima ao Seminário de Missão de Hermannsburg onde estudava. Nesta prisão só havia »Barra pesada«. A pena mínima para ficar aí era de 12 anos, mas vários detentos tinham até prisão perpétua. Participavam do grupo detentos que há décadas quase não haviam saido da cadeia.

Algo no comportamento deles me chamou atenção: Eles geralmente não tinham comportamento de »Bandido«, se comportavam educadamente e acerca dos motivos de estarem ali na prisão sempre afirmavam que era por engano ou uma injustiça. Parecia que só existiam inocentes naquele lugar. Estranhamos bastante e com razão porque lá realmente todos haviam cometido crimes graves.

Mas olhando a convivência humana de um modo geral a autocompreensão dos detentos não é estranha. As pessoas fazem isto, dão um jeito para se considerarem corretos. Gostamos de ser »pessoas de bem«. É bem marcante a capacidade humana de flexibilizar os critérios para pessoas de bem, como bem podemos observar nos escândlos recentes na vida política e econômica: A consciência de culpa entre políticos e empresários, acusados e em alguns casos até já condenados pode corrupção,  é quase inesxistente.

Este jeitinho humano, porém, tem preço porque precisa sempre inventar critérios e mandamentos próprios, muitas vezes extraindo a autojustificação da comparação com alguém supostamente pior ainda. O grande preço é a falta de paz e de esperança profunda. Esta paz só vem pela fé que a graça de Deus nos alcança pela vida e pela cruz de Jesus Cristo que revela o amor sem limites de Deus por nós.

É uma paz que produz obras da fé porque gera a liberdade do amor. Assim o Apóstolo Paulo explica em Romanos 5,1-8, que é nosso testo de prédica para este domingo.

Palavra da Semana - Para nossa reflexão

O que as flores são para o pé de manga,
isto a fé é para mim,
pois a fé produz frutos do Espírito.

O que a água é para o peixe,
isto a fé é para mim,
pois a fé é o elemento no qual eu me movo.

O que o fundamento é para a casa,
isto a fé é para mim,
pois a fé é a base da minha vida.

O que mãe é para a criança,
isto a fé é para mim,
pois a fé me ajuda a confiar nas mãos de Deus.

O que o alimento é para o faminto,
isto a fé é para mim,
pois a fé mata a fome da alma.

O que as mãos são para o ser humano,
isto a fé é para mim,
pois a fé me ajuda a receber a graça.

Meu Jesus, eu te agradeço por poder crer em ti.
Tira de mim tudo o que me impede de crer em ti.
Sou feliz, pois tu chamas os que em ti crêem
para ser teus/tuas colaboradores/colaboradoras. Amém.

Johnson Gnanabaranam