500 anos da Reforma Luterana!
Iniciamos o ano do Jubileu, quando comemoramos os 500 anos da Reforma, tempo especial para avaliação da nossa caminhada como luteranos e luteranas no mundo, também tempo de planejar os próximos 500 anos!
Os avanços que tivemos nestes últimos 500 anos são incontáveis, por isso podemos questionar: o que ainda temos a fazer? Neste sentimento de mudanças, transformações e avanços, muitas vezes ficamos em dúvida sobre o que, de fato, ainda é válido.
Compartilho a situação que vivenciei em uma visita. A conversa com um idoso ‘afastado de tudo’ foi sobre as mudanças que ele não aceita e causam discussão na família, pois os problemas dele são com a ‘tal modernidade’. Após um tempo, o idoso pergunta: ‘Como pode que excluíram os Dez Mandamentos da Igreja?’. O neto, ‘conhecedor das modernidades’, diz: ‘Vô, hoje, é tudo diferente. No Facebook, fica bem claro que podemos eliminar ‘quem’ e ‘o que’ a gente não quer e o senhor insiste com os Mandamentos de antigamente’. O vovô se apavora e diz: ‘O que ainda vai acontecer?’.
Nós também podemos refletir sobre a pergunta do avô. Estamos cercados por novidades, avanços em todas as áreas. Mes mo assim, parece que retrocedemos no que se refere à humanidade e à comunhão. Como Igreja, Comunidade, assumimos o compromisso da educação cristã para com as nossas pequenas crianças batizadas. Nesses momentos de dúvida sobre o que ainda é válido em nosso mundo, precisamos fortalecer essa tarefa a nós confiada.
A Bíblia, os Mandamentos e, até mesmo, a Reforma realmente são muito ‘antigos’. Contudo, têm a essencial orientação para a nossa vida, nos mostrando a ação e a orientação de Deus em meio aos conflitos humanos que vivenciamos. Hoje, a realidade é diferente, mas o necessário para a vida ainda é o mesmo, pois o amor, tão falado neste velho livro, ainda move corações e faz paixões.
Quando afirmamos que, agora, são ‘outros 500’ queremos mais ainda viver a vida como pessoas luteranas, dando a nossa contribuição para uma vida bem mais humana, de respeito e de valores cristãos antigos, mas tão necessários para os nossos dias atuais.
Como IECLB, que façamos a nossa parte, que tenhamos coragem em defesa da vida. Tudo modificamos e transformamos a partir do que recebemos como presente de Deus. Quem cria do nada é Deus e nós temos à disposição as suas dádivas para o nosso bem viver. Como filhos e filhas de Deus, desejo que, nesses próximos 500 anos, tenhamos força para afirmar a nossa fé no Deus criador.
Pa. Sílvia Genz | Pastora 1a Vice-Presidente da IECLB