Jornal Evangélico Luterano

Ano 2018 | número 823

Sexta-feira, 29 de Março de 2024

Porto Alegre / RS - 03:12

Diversidade

Discriminação: por que falar sobre esse tema?

Primeiro, porque a discriminação, aliada ao preconceito, é um fato e continua marcando a história do ser humano. Segundo, porque a discriminação é pecado, uma afronta ao testemunho da fé em Jesus Cristo, ao Evangelho da paz, do amor e da reconciliação.

A discriminação, conforme definem os dicionários, é o ato, a ação ou o efeito de separar, distinguir ou excluir. É um tratamento injusto dado a alguém por causa de características pessoais, étnicas, de gênero, condição social, idade, trabalho, credo ou convicções políticas.

Antes mesmo de falarmos sobre princípios da fé, lembremos que a discriminação é quebra do princípio da igualdade, uma violação dos direitos humanos. Lemos no Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos: ‘Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade’.

A discriminação, como ato que viola os direitos humanos, fruto da soberba e da prepotência, resulta em graves consequências, tais como desigualdade e violência. Este ato se dá em diversas áreas e atinge diferentes grupos e pessoas. Contudo, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a população negra é a mais afetada.

No contexto brasileiro, alguns dados denunciam esta realidade: pessoas negras e pardas são as mais prejudicadas no mercado de trabaho, enfrentam mais dificuldades na progressão da carreira, na igualdade salarial, são as mais vulneráveis ao assédio moral, são as maiores vítimas dos homicídios, são as mais expostas ao feminicídio (assassinato de mulheres por sua condição de gênero). As mulheres negras também são mais vitimadas pela violência doméstica,.

A discriminação diz respeito à vida de fé. Ela é espinho que incomoda a toda pessoa que verdadeiramente crê e dá testemunho do Evangelho de Cristo. Ações discriminatórias, sejam elas raciais ou de qualquer outra natureza – como política e religiosa, tão flagrantes nas redes sociais, não podem ser toleradas por pessoas que professam a fé cristã. Tais atitudes não passam pelo crivo da fé. Há algo errado quando, nas Igrejas, entre pessoas que professam a fé cristã, acontecem atos discriminatórios, de preconceitos, julgamento e condenação de pessoas ou grupos por sua condição social, étnica, gênero ou concepções políticas e religiosas.

Deus trata todas as pessoas com igualdade! Essa é uma afirmação bíblica, conforme Efésios 6.9, Atos 10.34, Deuteronômio 10.17 e Romanos 2.11. Este princípio de fé já está presente em Gênesis, no testemunho da Criação, quando se afirma que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. A ninguém, a nenhum grupo ou a nenhuma etnia foi dado qualquer poder que a distingue como superior a outrem. As diferenças que nos caracterizam são sinais da bela e colorida imagem de Deus Criador. Elas são instrumentos de aprendizado, pois é na convivência com o diferente que conhecemos melhor a nós mesmos, a nós mesmas, e crescemos como pessoas humanas. 

Cat. Dra. Erli Mansk | Coordenadora Liturgia da IECLB

 

PRONUNCIAMENTO

 

Discriminação

Cristo restabelece a fraternidade entre os seres humanos. Não apaga a individualidade nem obriga ninguém a ser diferente do que Deus o criou. Somos negros, brancos, índios, homens e mulheres. Isso é bom.

O que não se justifica é sentirmo-nos ameaçados por aquele ou aquela que é diferente. Não é correto reagir à diversidade da Criação de Deus com agressão; menosprezo e marginalização.

Resultam daí a escravidão, a dominação, a perseguição, portanto diferenças que Deus não quer. A sua vontade é que na variedade das criaturas seja respeitada a igualdade e que haja fraternidade e cooperação.

A Comunidade de Fé tem o privilégio de ser exemplo de integração social e assinalar a possibilidade de nova convivência humana.

Manifesto sobre Discriminação (1988)

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