Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa
Se você fosse ensinar o seu filho sobre o que é ser homem, o que você diria? O que é, afinal, ser homem? O que é ser humano do gênero masculino? Ser homem é ser forte, corajoso, empreendedor, destemido? É ser sensível, calmo, sábio, intuitivo? Ser homem é nunca levar desaforo para casa, ir ao estádio para xingar a mãe do juiz, buzinar na sinaleira quando o carro da frente demora a arrancar no sinal verde? É preocupar-se em ajudar a pessoa idosa a atravessar a rua, ceder o banco no ônibus para a gestante, doar sangue três vezes ao ano? Será que ser homem é ser um pouco de cada? Perguntas difíceis e que, como quase tudo hoje em dia, não encontram respostas definitivas.
Tanto homens quanto mulheres são seres sociais. Nascem, crescem e pertencem, portanto, a determinada cultura que tem muita pressa e experiência em atribuir expectativas específicas a cada um e cada uma. Aos homens, são atribuídas – de fato, impostas – algumas qualidades. Muitas dessas qualidades não contribuem para uma vida tranquila, saudá- vel, respeitosa. Ao contrário, trazem sofrimento, dor, aflição. Por exemplo, quando a cultura afirma que homem precisa ser forte física e emocionalmente, impõe pesada carga e impele a usar da sua suposta força em quase tudo o que faz: nos relacionamentos, no lar, no trabalho e na rua. Sim, homem pode ser forte, mas a sua força precisa estar subordinada aos sentimentos de compaixão, empatia e solidariedade.
A IECLB valoriza tanto a participação de homens quanto de mulheres. Todas as pessoas são importantes na Missão de Deus. Parte dessa Missão está relacionada a pregar o Evangelho, a Boa Notícia de Deus em Cristo, para todas as pessoas. Se, por um lado, a ação de pregar o Evangelho precisa levar em conta a cultura, por outro lado, podemos afirmar que o Evangelho é maior que a cultura. Toda vez que algum elemento cultural ferir o Evangelho, é o Evangelho que deve prevalecer. O Evangelho modifica a pessoa, como o apóstolo Paulo afirma, Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo (2Cor 5.17). O machismo, por exemplo, é um elemento cultural muito, mas muito difundido. É o pecado da presunção da superioridade de homens sobre mulheres. Como tal, precisa ser questionado, pois vai contra o Evangelho, que afirma que Jesus Cristo viveu, morreu e ressuscitou para que – todas – as pessoas tenham vida digna.
Felizmente, na interação entre Evangelho e cultura, esta última evolui e se modifica. Apesar de resistências muito fortes, já existem novos modelos de masculinidade... Há novas formas culturais de ser homem, que incluem parceria, diálogo, companheirismo, divisão equitativa das tarefas do lar e da criação de filhas e filhos, apoio às lutas das mulheres por espaço, trabalho, respeito e justiça. Estes novos modelos são benéficos, porque tiram do homem o peso de ter que ser aquilo que muitos não querem ser. Assim, temos um mundo menos desigual, menos violento, menos injusto e sinais do Reino mais presentes entre nós.
P. Dr. Mauro Souza | Secretário da Ação Comunitária
PRONUNCIAMENTO |
Testemunho, em palavras e ações!
As reflexões na XI Convenção nos fizeram perceber a necessidade de novamente colocar a Palavra de Deus na centralidade da convivência cristã, na busca de sermos Comunidades mais criativas, participativas, atrativas e inclusivas. Deus criou um mundo de forma harmoniosa e bela, com muita variedade, e confiou ao ser humano a responsabilidade de cuidá-lo e nele ser feliz.
[...] Sentimo-nos desafiados a agir, a fazer diferença, unidos pela Palavra de Deus, que nos recoloca no caminho da verdadeira vida. Conclamamos os Núcleos da Lelut, os cristãos e as cristãs a se unirem na meta para 2018/2019: Lelut: testemunhando, em palavras e ações, a ética cristã na sociedade.
Mensagem da XI Convenção Nacional da Legião Evangélica Luterana - Lelut Setembro/2017