Cicatrizes!

03/04/2017

Era muito complicado lidar com o Willy, quanto maior, mais teimoso. De sua boca saiam xingamentos e palavrões. Era ríspido com as pessoas e os animais. Dia a dia o pai estava mais preocupado. Certo entardecer, ele convidou o Willy para uma conversa no sofá. O pai amava o menino. Por sua vez, o menino ouvia o pai. O pai lhe falou sobre suas atitudes e a possibilidade de mudança. Alcançou-lhe um pequeno saco de lona com pregos, dizendo: Agora, quando você fizer uma maldade e alguém lhe criticar ou sua consciência apertar, você irá até a porteira da fazenda, colocando um prego no moirão. O pai, em sua divina sabedoria, sabia que, à medida que o filho caminhasse em direção à porteira, iria refletir sobre o erro cometido. Willy que queria melhorar topou a missão. Fora de controle, no primeiro dia, ele colocou 17 pregos no moirão. No segundo e terceiros dias, outros tantos. Mas, logo descobriu que era mais fácil se controlar, do que caminhar até a porteira e fincar lá um prego. Ou seja, à medida que o tempo passava, ele foi se controlando, diminuindo assim o número de pregos. Foi assim até o dia em que não colocou prego algum. Naquele dia, ele se deu conta do mundo diferente criado à sua volta. Os cachorros e gatos que passavam longe dele para não levar um pontapé... Agora se esfregavam para receber um dengo. As pessoas que queria distância dele... Agora lhe cumprimentavam. Até recebia beijinhos das garotas. Orgulhoso, contou tudo ao pai. Este o convidou para um novo diálogo. O pai que já tinha observado a mudança e suas consequências, desafiou-o para uma nova missão. Era a segunda etapa do treinamento. Pediu que lhe alcançasse o saquinho de lona e disse: Agora, cada dia que você conseguir passar sem aprontar, irá retirar um prego do moirão, colocando no saquinho. Willy topou o desafio. Alguns dias não conseguia, mas em muitos outros tirava um prego. E, assim foi... Cada dia crescia mais, física, emocional e espiritualmente. Por fim, chegou contente ao último prego. Era amado e respeitado. O pai, então, o convidou para irem juntos à entrada da fazenda. Pararam em frente ao moirão. O pai perguntou: Cadê os pregos? Ora, pai – disse Willy – no saquinho. O que você vê? Continuou o pai. Olhe bem de perto. As marcas dos pregos! Olhe ao lado dos furos. Olhe no chão, junto ao moirão. É... Existem amassados do martelo, feitos pela pressa e raiva. Lascas da madeira pelo excesso de força... O moirão... Continuou o pai... Nunca mais será o mesmo. Sempre carregará nele as cicatrizes do que experimentou. Disse o pai: Por isso, agradeça a Deus pela tua vitória. Mas, lembre-se: As pessoas que você machucou continuam à tua volta. As relações foram curadas. Mantenha-as curadas. Não cutuque. Não machuque de novo. Caso aconteça, faça o possível para que sejam saradas novamente. Leia Isaías 53.4-5.


Autor(a): P. Euclécio Schieck
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Garuva-SC (Martinho Lutero)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Antigo / Livro: Isaías / Capitulo: 53 / Versículo Inicial: 4 / Versículo Final: 5
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 41805
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Vocês vão me procurar e me achar, pois vão me procurar com todo o coração. Sim! Eu, afirmo que vocês me encontrarão.
Jeremias 29.13-14
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